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sexta-feira, 13 de maio de 2011

3 TRUQUES BÁSICOS PARA ACORDAR AS CRIANÇAS



Qual o catequista que nunca sentiu a sua audiência a dormir? Há pequenos truques para cativar a atenção, ou para acordar algum distraído, sempre com duplo efeito. Além de resgatarem a atenção daqueles que nos ouvem, ajudam também a (re)definir a direção da conversa. Os truques não são mágicos. Mas apesar disso, aqui estão eles.
1. Chama-me pelo nome.
É o que de mais pessoal temos na vida. O nome é identidade, e quando alguém é chamado pelo seu nome, a sua reação é imediata. O cérebro dispara um “Quem? Eu?” e isso é o suficiente para agarrar por milisegundos a atenção de alguém. Genial, Sherlock. E agora?
Agora vem a parte complicada: focar a atenção no tema apresentado. E aqui estão alguns exemplos.
Despertar a atenção, em vez de reclamar através do nome. “Por exemplo, aqui o Rui sabe muito bem aquilo que eu estou a dizer, não sabes?”. É introduzi-los no contexto. “Reparem, eu sei que o Rui era incapaz de o fazer, mas... e outra criança que nunca tenha tido uns pais tão carinhosos?”.
2. Pergunta distraída.
Muitas vezes utiliza-se a “pergunta ao mais distraído” como método de intimidação. O que não poderia estar mais errado, embora compreenda a tentação em usar este método.
Quando falo em “pergunta distraída”, refiro-me a algo ligeiramente diferente. Trata-se de uma pergunta distraída para alguém distraído. Ou seja, a pergunta leva inocência e leveza para ajudar a outra pessoa a entrar na conversa. Como o fazer? Através do exercício da retórica. Repara.
Pergunta retórica. “Bruno, sabes-me dizer porquê?”. Pausa breve. Silêncio do Bruno. “Exacto, Bruno. Nem sempre a resposta é óbvia, deixa-me tentar explicar-te, por favor”.
Pergunta guia-retórica. “Ó Bruno, tens alguma idéia da importância disto?”. Breve pausa. Silêncio do Bruno. “Como seria um mundo sem regras?”. Confuso. “Achas que posso confiar nos apetites das pessoas para dizer o que é bom e o que é mau?”.
3. Silêncio falante.
O silêncio também pode falar. Aliás, o silêncio tem que falar. E precisa do seu lugar de destaque em todos os encontros de catequese. Para o Bruno, ainda há pouco, o silêncio foi a melhor resposta. Mas o silêncio, da parte do catequista, surge com outro propósito e manifesta-se de duas formas essenciais.
Pelo contraste. Quando existe muito ruído de fundo, criado pelo próprio discurso do catequista, uma paragem para respirar é a melhor técnica disponível. Encher o ambiente com silêncio, na medida certa, traz uma nova dinâmica às palavras. Resultado: mais e melhores ouvintes.
Pela expectativa. Pode terminar com uma palavra entoada, com uma pergunta esquisita, ou até terminar a meio de alguma frase fora de contexto. O silêncio expectante levanta a cabeça de pelo menos 80% dos distraídos. Usualmente acompanhado da expressão facial equivalente a “Uh? Ele disse o quê? Ouvi mal, de certeza...”.
Quanto aos outros 20%, em caso de persistência de sintomas, é favor usar as técnicas acima mencionadas.
Os truques, apesar de básicos, são muitas vezes esquecidos. Por mais activo que o catequista seja, existe sempre alguém a precisar de ser acordado. Quer por desinteresse pessoal, quer por incapacidade natural de escutar por muito tempo. E o ‘catequista profissional’ não deixa as ferramentas de expressão por mãos alheias.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

QUALIDADES DE UM BOM CATEQUISTA



1. O catequista deve ter uma espiritualidade profunda de adesão a Jesus Cristo e à Igreja. Deve testemunhar por sua vida, seu compromisso com Cristo, a Igreja e sua comunidade. Deve ser uma pessoa de oração e alimentar sua vida com a Palavra de Deus.

2. Deve ser uma pessoa integrada na sua comunidade. A catequese, hoje, deve ser comunitária.

3. O Catequista precisa de uma consciência crítica diante de fatos e acontecimentos. Deve levar a comunidade à reflexão sobre a sua realidade, à luz da Palavra de Deus.

4. Ter sempre uma atitude de animador. Saber ouvir e dialogar, caminhando junto com a comunidade.

5. O catequista deve conhecer a fundo a mensagem que vai transmitir. Deve conhecer a Bíblia e saber interpretá-la; deve saber ligar a vida à Palavra de Deus e vice-versa.

6. O catequista precisa ter também certas qualidades "humanas":

- ser uma pessoa psicologicamente equilibrada;

- saber trabalhar em equipe, ter uma certa liderança e ser criativo;

- ser uma pessoa responsável e perseverante. Responsabilidade e pontualidade são necessárias;

- ter amor aos catequizandos e ter algumas noções de psicologia, didática e técnica de grupo;

- sentir dentro de si a vocação de catequista.

7. O catequista deve cuidar constantemente da sua formação. Nunca pode dizer que está pronto para sua tarefa. Precisamos de uma formação permanente:

- através de dias de encontro, reflexão e oração com os catequistas da sua comunidade;

- planejando e programando junto com os outros, ajudando-se assim mutuamente;

- participando de cursos dentro da própria comunidade ou paróquia,ou fora;

- lendo bastante, atualizando-se sempre, estudando os documentos da Igreja sobre catequese e outros assuntos atuais;

- formando o grupo dos catequistas.

8. Outras qualidades:

Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a esse serviço tornam-se bons catequistas através da prática, da reflexão, da formação adequada, da conscientização de sua importância como educadores da fé.

O catequista exerce um verdadeiro ministério, isto é, um serviço. E como nos diz o documento Catechesi Tradendae (A catequese hoje) a "atividade catequética é uma tarefa verdadeiramente primordial na missão da Igreja".

O catequista não age sozinho, mas em comunhão com a Igreja, com o grupo de catequistas. O grupo de catequistas expressa o caráter comunitário da tarefa catequética. E com o grupo que ele revê suas ações, planeja, aprofunda os conteúdos, reza e reflete.

O catequista necessita das seguintes qualidades:

• Ser uma pessoa com equilíbrio psicológico;

• Ter capacidade de diálogo, criatividade e iniciativa, saber trabalhar em equipe;

• Ser perseverante, pontual e responsável;

• Ser participativo, engajado nas atividades da paróquia, da comunidade e ter espírito de serviço;

• Ter vida de oração, leitura e meditação diária da Palavra de Deus;

• Ter espírito crítico e discernimento diante da realidade;

• Ser capaz de respeitar a individualidade de cada pessoa.

Isso não significa que exista uma pessoa que tenha todas essas qualidades, mas que devemos procurar desenvolvê-las no nosso dia-a-dia, pois se somos chamados, escolhidos por Jesus, Ele nos dá a graça para alcançá-las."

9. Uma paróquia onde não se prega a vivência de Jesus Vivo e Sacramentado e sim um Cristo histórico, como numa escola de catecismo, sem a preocupação de se criar um amor entre o catequizando e Deus.

Veja que o que é proposto pelas diretrizes, digamos, é o modelo ideal, o ápice de uma catequese renovada e cumpridora do papel de evangelizadora. E, neste ponto, entramos num campo mais delicado e surge uma dúvida: 'Como praticar e ser fiel a este modelo?'

Acredito que para começarmos a alcançar esta meta é necessário insistir na: humildade e misericórdia

Ninguém sabe tudo. Um catequista soberbo que não está aberto a uma formação continuada, está fora da vida sacramental (liturgia, confissão, etc), como poderá testemunhar e enfim, convencer aos catequizandos do amor de Deus? Humildemente devemos reconhecer nossas limitações e que devemos estar em constante renovação. Não confunda com inovação, ou seja, mudança métodos ou de imagem, por exemplo quando você compra uma roupa nova você está apenas inovando seu visual e está aparentemente bonita mas não há mudança real na pessoa que continua a mesma antes da roupa nova. Renovar é transformar de dentro para fora, é fazer tudo novo, reestruturado, melhorado. E para isso, estudo e vivência da Palavra de Deus, dos Sacramentos e da Doutrina da Igreja é fundamental, para que renovada, a pessoa sempre busque no dia-a-dia viver com ardor e paixão a vocação de catequista, pois nós amamos aquilo que conhecemos. E quando temos um grande amigo, falamos com nossas ações o amor que temos por ele. Pergunto: "Catequista, tu és meu amigo, tu me amas?" Reflita a passagem no Evangelho de João capítulo 21, versículos de 15 a 19.

'E se o catequista não quer viver, estudar ou se deixar moldar por este modelo?' Digo tanto para aquele que faz a pergunta e para aquele que lhe é dirigido: usai da misericórdia.

Nossa mãe Igreja Católica é sábia. E nos dá o caminho a percorrer ensinando-nos: "As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem te sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os maltrapilhos, visitar os doentes e prisioneiros, sepultar os mortos. Dentre esses gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. É também uma prática de justiça que agrada a Deus" (CIC 2447)

Medite: "O verdadeiro desenvolvimento abrange o homem inteiro. O que importa é fazer crescer a capacidade de cada pessoa de responder à sua vocação, portanto, ao chamamento de Deus." (CIC 2461)