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domingo, 15 de novembro de 2009

A CATEQUESE E A INFORMAÇÃO


Nós já não vivemos em tempos de cultura homogênea, nos quais a Igreja era o centro da sociedade. A vida atual, até do ponto de vista religioso, é muito disper­siva. Se ampliarmos a visão e analisarmos a população do mundo, veremos que os cristãos estão longe de ser maioria.

Dificilmente nos damos conta dessa realidade, já que nascemos e vivemos em "país cristão, católico". É bem verdade que, em muitos ambientes, a religião ain­da é transmitida pela família e pela cultura.

A religião, por meio da catequese, complementarmente à tarefa própria dos pais, pode dar excelente contribuição, propor­cionando aos jovens os elementos para o desabrochar de sua identidade como pes­soas, cristãos e cidadãos. Mas aqui é pre­ciso julgar se estamos conhecendo de fato a nossa fé cristã e católica ou se a conhe­cemos superficialmente, pelo que ouvimos dizer por aí.

Por exemplo, será que a imprensa brasileira nos informa verdadeiramente so­bre o catolicismo? Às vezes temos a im­pressão de que ela descuida, zomba dos fatos religiosos, como se a religião fosse algo desprezível. Transforma os deslizes e erros da Igreja que também os temos, como pecadores em idéia fixa dos noti­ciários, beirando o deboche, para não di­zer a perseguição. É difícil vermos comu­nicadores valorizando o imenso cabedal de amor e generosidade dos que têm fé.

É dever da Igreja dizer aos brasileiros quem ela é; é um direito do nosso povo conhecer a Igreja - e não a caricatura de urna Igreja - no Brasil e no mundo. Mas é igualmente tarefa da Igreja desfazer equí­vocos, dizer o que ela não é.

Os catequistas, bem preparados, im­buídos de amor pelas famílias e até de­dicando especial atenção às crianças e jo­vens que não têm família, podem dar grande contribuição para a formação de nosso povo, assumindo a tarefa de ver­dadeiros difusores dos valores do evan­gelho, imprescindíveis para uma socie­dade inclusiva e toda voltada para o bem comum, a justiça, a solidariedade e a paz.

Domingos Zamagna

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