Nós já não vivemos em tempos de cultura homogênea, nos quais a Igreja era o centro da sociedade. A vida atual, até do ponto de vista religioso, é muito dispersiva. Se ampliarmos a visão e analisarmos a população do mundo, veremos que os cristãos estão longe de ser maioria.
Dificilmente nos damos conta dessa realidade, já que nascemos e vivemos em "país cristão, católico". É bem verdade que, em muitos ambientes, a religião ainda é transmitida pela família e pela cultura.
A religião, por meio da catequese, complementarmente à tarefa própria dos pais, pode dar excelente contribuição, proporcionando aos jovens os elementos para o desabrochar de sua identidade como pessoas, cristãos e cidadãos. Mas aqui é preciso julgar se estamos conhecendo de fato a nossa fé cristã e católica ou se a conhecemos superficialmente, pelo que ouvimos dizer por aí.
Por exemplo, será que a imprensa brasileira nos informa verdadeiramente sobre o catolicismo? Às vezes temos a impressão de que ela descuida, zomba dos fatos religiosos, como se a religião fosse algo desprezível. Transforma os deslizes e erros da Igreja que também os temos, como pecadores em idéia fixa dos noticiários, beirando o deboche, para não dizer a perseguição. É difícil vermos comunicadores valorizando o imenso cabedal de amor e generosidade dos que têm fé.
É dever da Igreja dizer aos brasileiros quem ela é; é um direito do nosso povo conhecer a Igreja - e não a caricatura de urna Igreja - no Brasil e no mundo. Mas é igualmente tarefa da Igreja desfazer equívocos, dizer o que ela não é.
Os catequistas, bem preparados, imbuídos de amor pelas famílias e até dedicando especial atenção às crianças e jovens que não têm família, podem dar grande contribuição para a formação de nosso povo, assumindo a tarefa de verdadeiros difusores dos valores do evangelho, imprescindíveis para uma sociedade inclusiva e toda voltada para o bem comum, a justiça, a solidariedade e a paz.
Domingos Zamagna
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