INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ E SEQÜELAS PSICOLÓGICAS Às vezes, pretende-se justificar o aborto como a única saída para situações angustiantes que uma gravidez não desejada pode trazer. Há inclusive alguns países que admitem a angústia da mulher como indicação para abortar. No entanto, a pior angústia vem depois do aborto. Esta é a conclusão a que chegou a Dra. Mary Simon, psicóloga da Clínica Ginecológica Universitária de Würzburg (Alemanha), em uma pesquisa publicada na conceituada revista DEUTSCHE TAGEPOST (4-VII-92). É interessante constatar que os transtornos psicológicos causados pelo aborto são poucas vezes mencionados na literatura médica especializada. Daí a razão deste artigo que, sem se ater a considerações morais ou éticas e sem chutometrias, visa a mostrar a realidade crua dos fatos. Os dados que são apresentados a seguir, foram todos obtidos de países onde o aborto é legal há mais de trinta anos e realizado nas melhores condições de higiene e assepsia, como é o caso da Inglaterra, da Checoslováquia, do Japão, da Alemanha e dos Estados Unidos. Além da referência supra citada, remetemos o leitor aos artigos relacionados na bibliografia. TRANSTORNOS PSÍQUICOS Basicamente, três tipos de fenômenos psíquicos ocorrem nas mulheres que fazer aborto: REPRESSÃO A Dra. Simon explica que 61% das mulheres que entrevistou, evitam pensar no aborto e reprimem estes pensamentos, desenvolvendo então sintomas de origem psíquica (psicossomáticos): dores de cabeça, vertigens, tonturas e cólicas abdominais. Este fenômeno também é muito conhecido na medicina como somatização. É um dado significativo: em 70% das mulheres surgem pensamentos de como seriam as coisas se a criança abortada vivesse agora, e 52% delas se incomodam ao verem mulheres grávidas, porque lhes recordam seus próprios filhos abortados. PROJEÇÃO Aqui as mulheres projetam para outros a responsabilidade do próprio aborto. Em geral, são mulheres instáveis psiquicamente, mas, sobretudo, dependentes economicamente do pai da criança. Cedem à pressão do marido, do parceiro ou mesmo do ambiente, e abortam. CONFRONTAÇÃO O terceiro e menor grupo de mulheres entrevistadas tenta recuperar seu equilíbrio psíquico, enfrentando conscientemente o fato do aborto, e conversam francamente com pessoas de sua confiança (abrem-se com uma amiga, a mãe, um psicólogo ou um médico), porém nunca com o médico que realizou o aborto. Em geral, tentam, primeiro, reconhecer sua culpa; não a reprimem nem a projetam sobre outros, e tampouco procuram justificar-se. Depois, arrependem-se do que fizeram sentindo dor e tristeza pelo filho morto. CONCLUSÕES Os fatos comprovam que o aborto não é uma solução para dificuldades psicossociais. Pelo contrário, após o aborto persiste a crise e se acrescenta o risco de novas e mais graves conseqüências psíquicas. Uma mulher que, em geral, reage emocionalmente de forma instável quando submetida a situações estressantes, Referências bibliográficas |
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