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quarta-feira, 9 de março de 2011

VIA SACRA - PARTE UM

VIA SACRA


Introdução


A Via Crucis é uma pratica piedosa para qual nos convida a Igreja, sobre tudo durante a Quaresma. Via Crucis significa "Caminho da Cruz", também chamada de Estações da Cruz, Via Sacra e Via Dolorosa.

É um caminho de oração que busca que adentremos na meditação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo em seu caminho para o Calvário. O caminho é representado com uma serie de imagens da Paixão, ou "Estações" correspondentes aos incidentes particulares que Jesus sofreu por nossa salvação.

Divide-se em 14 Estações, ante as quais nos detemos para recordar e meditar cada momento doloroso do caminho de Jesus rumo ao Calvário. A Via Crucis se reza de pé, e em alguns momentos de joelhos; detendo-se em cada estação, para recordar o caminho de Jesus ao Calvário, é por isso que as imagens da representação da Via Crucis estão nas paredes, arredor do templo.

   

Inicio  

Inicia-se, como todas as orações cristãs, com Sinal da Cruz; se faz um ato de contrição e uma invocação a Jesus oferecendo o exercício.

Em cada uma das Estações há uma invocação, reconhecendo-nos pecadores e implorando perdão; segue a leitura de uma passagem bíblica; depois uma reflexão para meditar em cada momento e uma oração para nossa vida diária. Se faz a aclamação louvando Jesus por seu Sacrifício e se reza um Pai Nosso, uma Ave-Maria e um Gloria, seguimos caminhando até a Estação seguinte.

     

Primeira Estação - Jesus é condenado à morte

Do evangelho segundo São Mateus 27, 22-26

22 Tornou-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, que se chama Cristo? Disseram todos: Seja crucificado.
23 Pilatos, porém, disse: Pois que mal fez ele? Mas eles clamavam ainda mais: Seja crucificado.
24 Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco.
25 E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.
26 Então lhes soltou Barrabás; mas a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado.

Meditação

O Juiz do mundo, que um dia voltará para nos julgar a todos, está ali, aniquilado, insultado e inerme diante do juiz terreno. Pilatos não é um monstro de malvadez. Sabe que este condenado é inocente; procura um modo de O libertar. Mas o seu coração está dividido. E, no fim, faz prevalecer a sua posição, a si mesmo, sobre o direito.

Também os homens que gritam e pedem a morte de Jesus não são monstros de malvadez. Muitos deles, no dia de Pentecostes, sentir-se-ão "emocionados até ao fundo do coração" (Atos dos Apóstolos 2, 37), quando Pedro lhes disser: A Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, (...), matastes, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa» (Atos dos Apóstolos 2, 22.23). Mas naquele momento sofrem a influência da multidão. Gritam porque os outros gritam e como gritam os outros. E, assim, a justiça é espezinhada pela cobardia, pela pusilanimidade, pelo medo do diktat da mentalidade predominante. A voz subtil da consciência fica sufocada pelos gritos da multidão. A indecisão, o respeito humano dão força ao mal.

Oração

Senhor, fostes condenado à morte porque o medo do olhar alheio sufocou a voz da consciência. E, assim, acontece que, sempre ao longo de toda a história, inocentes sejam maltratados, condenados e mortos. Quantas vezes também nós preferimos o sucesso à verdade, a nossa reputação à justiça. Dai força, na nossa vida, à voz subtil da consciência, à vossa voz. Olhai-me como olhastes para Pedro depois de Vos ter negado. Fazei com que o vosso olhar penetre nas nossas almas e indique a direção à nossa vida. Àqueles que na Sexta-feira Santa gritaram contra Vós, no dia de Pentecostes destes a contrição do coração e a conversão. E assim destes esperança a todos nós. Não cesseis de dar também a nós a graça da conversão.

Abençoada e louvada seja a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e as dores de sua Santíssima Mãe aos pés da Cruz. Assim seja!

Rezar: Pai Nosso, Ave-Maria e Glória.


Via-Sacra - Escola Veneziana
Século XVIII
Catedral de Pádua

   

Segunda Estação - Jesus é carregado com a cruz

Do evangelho segundo São Mateus 27, 27-31

27 Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a corte.
28 E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate;
29 e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!
30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça.
31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado.


Meditação

Jesus, condenado como pretenso rei, é escarnecido, mas precisamente na troça aparece cruelmente a verdade. Quantas vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto à verdade, à justiça e à dignidade do homem! Quantas vezes os seus rituais e as suas grandes palavras, verdadeiramente, não passam de pomposas mentiras, uma caricatura do dever que lhes incumbe por força do seu cargo, ou seja, colocar-se ao serviço do bem. Por isso mesmo, Jesus, Aquele que é escarnecido e que traz a coroa do sofrimento, é o verdadeiro rei. O seu cetro é a justiça (cf. Salmo 45/44, 7). O preço da justiça é sofrimento neste mundo: Ele, o verdadeiro rei, não reina por meio da violência, mas através do amor com que sofre por nós e connosco. Ele carrega a cruz, a nossa cruz, o peso de sermos homens, o peso do mundo. É assim que Ele nos precede e mostra como encontrar o caminho para a vida verdadeira.

Oração

Senhor, deixastes que Vos escarnecessem e ultrajassem. Ajudai-nos a não fazer coro com aqueles que escarnecem quem sofre e quem é frágil. Ajudai-nos a reconhecer o vosso rosto em quem é humilhado e marginalizado. Ajudai-nos a não desanimar perante as zombarias do mundo quando a obediência à vossa vontade é metida a ridículo. Carregastes a cruz e convidastes-nos a seguir-Vos por este caminho (Mateus 10, 38). Ajudai-nos a aceitar a cruz, a não fugir dela, a não lamentarmo-nos nem deixar que os nossos corações se abatam com as provas da vida. Ajudai-nos a percorrer o caminho do amor e, obedecendo às suas exigências, a alcançar a verdadeira alegria.

Abençoada e louvada seja a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e as dores de sua Santíssima Mãe aos pés da Cruz. Assim seja!

Rezar: Pai Nosso, Ave-Maria e Glória.

Sexta-Feira Santa do Ano 2005
Meditações e Orações do Cardeal Joseph Ratzinger


Via-Sacra - Escola Veneziana
Século XVIII

 

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