A sagrada liturgia da Igreja tem uma linguagem simbólica muito expressiva. Uma das formas de expressão litúrgica são as cores.
As cores propriamente liturgicas são sete:
BRANCA
Símboliza a pureza, a delicadeza, a paz, o descanso e a alegria.
É usada nas alvas, nas toalhas, nos corporais, etc. Durante o ano litúrgico, usam-se paramentos brancos na Páscoa, no Natal e nas festividades de Jesus Cristo (exceto da Paixão) e Santíssima Trindade, nas festas de Nossa Senhora e dos santos e santas não mártires.
VERDE
É a cor da esperança, da liberdade, da natureza e da vida.
No ano litúrgico é usada nos domingos que seguem a festa da Epifania, até à Setuagésima; e após o Pentecostes, até o Advento. Dizemos que é usada no Tempo Comum.
VERMELHA
É a cor do fogo e do sangue do amor, da caridade ou do martírio. Lembra o fogo do Espírito Santo e o sangue de Cristo e dos mártires.
Na liturgia, usa-se em Pentecostes, na Sexta-feira Santa, no Domingo de Ramos e nas festas de todos os mártires.
ROXA
É a cor da penitência, do sofrimento,da conversão, da expectativa, da contrição e da reflexãoprofunda sobre o mistério da salvação.
Usa-se no tempo do Advento e da Quaresma.
COR DE ROSA
É a cor da alegria esperançosa e da proximidade com o Senhor. É um tempo destinado à penitência.
Usa-se no 3º. domingo do Advento - GAUDERE e no 4º. domingo da Quaresma - LAETARE
PRETA
Simboliza morte, mistério, solidão.
Era usada na Sexta-feira Santa e nas Missas de defuntos, quando a Igreja chora, respectivamente, a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e a dos seusfilhos espirituais.
Em desuso no Brasil
AZULCELESTE
É a cor da serenidade, da calma, da segurança, da vida.
Em alguns lugares, por privilégio, usa-se o azul celeste na festividade da Imaculada Conceição.
Fariseus, significa “os separados”. Receberam esse nome por viverem afastados do Impuro.
Os fariseus, não cuidavam do templo como os sacerdotes, eram mestres das sinagogas e formaram uma ala dentro do judaísmo que pretendia conservar a lei (toráh), explicá-la e zelar para que seja posta em prática na vida pública e na vida privada.
Era um grupo formado por leigos que se constituiu dentro do judaísmo. Aparentemente eram contra a classe sacerdotal e os romanos. Com isso conseguiram influência política e social sobre o povo. Manejaram habilmente o sentimento religioso de libertação que o povo mantinha com muita esperança.
Eram exagerados no cumprimento da lei para estar em santidade quando viesse o Reino. Fizeram numerosas regras, mandamentos e proibições que impunham ao povo que consideravam não piedoso e ignorante.
Faziam alarde de sua fidelidade e amor pelas tradições e leis religiosas (Lc 18,9-14), mas mantinham o povo oprimido com suas regras. Pareciam ser justos, mas amavam as coisas que os poderosos amam: dinheiro, prestígio, poder (Lc 16,14-15).
Eram bem aceitos pelo povo que os via como perfeitos cumpridores da lei. Por isso tornaram-se uma espécie de intermediários entre o povo e as autoridades. Mas não defendiam os interesses do povo.
O nome “saduceus” relaciona-se com Sadoc, o Sumo Sacerdote colocado por Salomão em lugar de Abiatar (1Rs 2,35). Constituíam o partido sacerdotal. Vinculados ao templo, rejeitavam a doutrina sobre a ressurreição dos mortos (Mc 12,18; At 23,8) e dedicavam-se ao exercício do culto.
Era um grupo formado por gente rica, donos de terra, grandes funcionários, altos políticos, comerciantes e homens de negócios e o alto clero. Tinham menos destaque e autoridade junto ao povo.
Eram liberais, mas consideravam Jesus de Nazaré um revolucionário perigoso que poderia perturbar a ordem e provocar a intervenção de Roma (Jo 11,48). Aparecem muitas vezes nos Evangelhos, como na condenação de Jesus à morte. Sob a presidência do Sumo Sacerdote, seus representantes, juntamente com os fariseus e a aristocracia laical dos “anciãos” do povo, integravam o sinédrio de Jerusalém, a mais alta autoridade religiosa e judicial dos judeus.
Habitantes da Samaria, descendentes de israelitas e colonos oriundos da Assíria. Eram monoteístas. Por sua mistura com pagãos eram considerados pelos judeus como impuros no culto e seguidores de uma heresia diabólica (Jo 8,48).
No tempo de Jesus tanto a Samaria como sua gente era odiada pelos judeus, com quem mantinham relações muito tensas (Jo 4,9). Os galileus evitavam atravessar a Samaria (Lc 9, 51-55). O próprio nome samaritano era uma injúria (Jo 8,48).
Atitudes de Jesus frente aos samaritanos:
(Mt 10,5; At 1,8); (Lc 10,30-37); (Jo 4).
ESSÊNIOS:
Grupo desmembrado do Templo de Jerusalém. Designavam-se a si mesmos como “comunidade da aliança”, apesar de viverem numa separação total do judaísmo oficial.
Era uma espécie de ordem monástica: praticavam a pobreza pessoal e, alguns, o celibato.
O grupo dos essênios tinha algumas características. Os candidatos passavam por um período de um ano de “postulantado” e dois anos de “noviciado”. O candidato era aprovado como membro da comunidade após um juramento e recebia uma doutrina secreta.
Há tentativas de relacionar Jesus com os essênios de Qúmrã (perto do mar Morto). Porém os evangelhos não demonstram o menor contato de Jesus com eles. Também a atitude de Jesus distingue-se dos essênios ao juntar-se com o povo e proclamar a hora presente como a grande hora da graça de Deus.
Como eram chamados os movimentos revolucionários messiânicos. Grupo pequeno, mal visto pelo povo e por outros religiosos.
Formaram-se para combater a cobrança de impostos pelo império romano. Eram adversários ferozes da dominação estrangeira e pretendiam estabelecer uma teocracia, expulsando pela força os dominadores estrangeiros (At 5,37).
à Simão, apóstolo de Jesus tinha o sobrenome zelota (Lc 6,15; At 1,13), provavelmente por ser oriundo desse partido, zeloso cumpridor da lei (Gl 1,14).
Ao contrário destes, Jesus exclui a violência, pois sua mensagem realiza-se no amor a Deus e ao próximo, incluindo os inimigos (Lc 6,27-39; Mt 5,38-48).
Por Ano Litúrgico, entendemos o conjunto de momentos salvíficos celebrados ritualmente pela Igreja, como memorial dos fatos que, através da história, foram dando cumprimento ao mistério da salvação. Através dele celebramos o mistério de Cristo no tempo.
Não podemos entendê-lo como um simples calendário de dias e meses, nos quais estariam vinculadas as celebrações religiosas. Ao contrário, é a presença do mistério de Cristo, sob a forma sacramental-ritual, no espaço de um ano. Nesse tempo, a Igreja distribui todo o mistério de Cristo, desde a Encarnação e Natividade, até a Ascensão, Pentecostes e a esperança no retorno do Senhor.
O Ano Litúrgico se desenvolve tendo o próprio Cristo como o ponto que orienta toda a história. Desta forma, pode-se afirmar que a celebração litúrgica da Igreja é, ritualmente, o momento desta história. Pela fragilidade e rapidez do tempo que voa, o tempo de nossa celebração litúrgica assume o valor de “kairós”, espaço de salvação.
Estas celebrações que acontecem ao longo do Ano Litúrgico, não devem ser vistas como mera reprodução dramática da vida terrena de Cristo. Em cada momento celebrado, embora de aparência parcial, sempre acontece o todo, pois sempre se celebra a Eucaristia. Ao falar da Eucaristia, S. Tomás de Aquino afirma: “neste sacramento está contido todo o mistério da nossa salvação”. Assim, a pluralidade de celebrações não prejudica a unidade que o conjunto dessas celebrações representa, ou seja, o mistério da salvação.
O Ano Litúrgico começa no primeiro Domingo do Advento e termina com a festa de Cristo Rei, sempre no domingo anterior ao início do Advento ou, para melhor entender, no 5º. domingo antes do Natal. Compreende dois ciclos:
Ciclo do Natal – dura 43 ou 37 dias. Tem início no primeiro Domingo do Advento e termina no Batismo do Senhor. O Natal é festa com data fixa, 25 de Dezembro.
Ciclo da Páscoa – dura 96 dias. Tem início na 4ª. Feira de cinzas e estende-se até Pentecostes. A celebração da Páscoa da Ressurreição, que estabelece as demais datas, acontece no domingo posterior à primeira Lua Cheia do Outono.
O restante do Ano Litúrgico é chamado Tempo Comum e é constituído por 33 ou 34 semanas. Destas, algumas (de 5 a 9), têm início na segunda feira seguinte ao domingo do Batismo do Senhor e as outras prosseguem, recomeçando no dia seguinte, após o Domingo de Pentecostes.
Para facilitar o entendimento, basta observar o quadro abaixo:
25
27
3
8
13
2
11
20
26
8
14
Ciclo
da
Páscoa
Ciclo
do
Natal
Tempo da
Páscoa
Tempo da
Quaresma
Tempo do
Advento
Tempo do
Natal
Tempo
Comum
(1ª parte)
Tempo
Comum
(2ª parte)
Tríduo Pascal
Pentecostes
Domingo da Páscoa
Cinzas
Missa da Ceia
Natal
1o. Domingo
do Advento
(início do
Ano Litúrgico)
Maria, Mãe de Deus
(início do Ano Civil)
20
Cristo Rei
Batismo
Sagrada Família
Epifania
Ascensão
7
1
1
2
5
6
3
4
7
9
8
10
6ª feira
Paixão
Vigília Pascal
11
12
13
14
15
16
S. Pedro e S. Paulo
29
17
15
Assunção de N. Sra.
18
12
N. Sra. Aparecida
19
20
Ciclo da Páscoa = 96 dias
(4ª feira de Cinzas até Pentecostes)
Páscoa da Ressurreição: domingo após a 1ª Lua Cheia do Outono no Hemisfério Sul (20/03 a 26/04)
4ª feira de Cinzas: 46 dias antes do Domingo de Páscoa
Domingo de Pentecostes: 50 dias após a Páscoa, inclusive
Ciclo do Natal = 43 ou 37 dias
(1o. Domingo do Advento até Batismo do Senhor)
Natal: 25 de Dezembro (festa do Sol Invicto)
início do Advento e do Ano Litúrgico: 4o. domingo antes do Natal
Batismo: domingo após a Epifania (9 a 13) (ou 2ª feira após a Epifania quando esta ocorre no domingo dia 7 ou 8 de janeiro)
Outras celebrações com datas móveis
Cristo Rei: domingo anterior ao início do Advento (5o. domingo antes do Natal)
Sagrada Família: domingo após o Natal (ou no dia 30 de dezembro quando o Natal cai no domingo)
Epifania: domingo entre 2 e 8 de janeiro
Ascensão: 40 dias após a Páscoa (no Brasil: domingo anterior ao Pentecostes)
Santíssima Trindade: domingo após o Pentecostes
Corpus Christi: 5ª feira após a Santíssima Trindade
Sagrado Coração de Jesus: 6ª feira após o 2o. Domingo depois do Pentecostes
Obs.: Durante o ano, existem celebrações de outras solenidades, festas e memórias em datas fixas, móveis ou transferidas para o domingo, conforme sua importância ou a paróquia / diocese onde se celebra (Ex.: Festa do Padroeiro, Todos os Santos, etc.)
Observando o quadro abaixo, podemos relacionar as cores litúrgicas usadas em cada momento Ano Litúrgico.
Considerar no quadro acima, os números nos círculos vermelhos
Celebração
Cor Litúrgica utilizada
01
Roxo
02
Branca
03
Branca
04
Branca
05
Branca
06
Branca
07
Verde
08
Roxo
09
Roxo
10
Branca
11
Vermelho
12
Branca
13
Branca
14
Branca
15
Vermelho
16
Verde
17
Branca
18
Branca
19
Branca
20
Branca
O atual Ordo lectionum missae,serve para duplo uso:
· Dominical-festivo – em três ciclos, caracterizados pela leitura semicontínua de um dos Evangelhos sinóticos:
Ano Litúrgico “A” – centrado no Evangelho segundo Mateus
Ano Litúrgico “B” – centrado no Evangelho segundo Marcos
Ano Litúrgico “C” – centrado no Evangelho segundo Lucas
· Ferial – em dois anos I e II, com duas leituras. Critério organizado sobre a leitura contínua, no arco de um biênio.
Para saber qual Evangelho deve ser lido num determinado ano, basta fazer uma divisão por 3. Exemplos:
Ano: 2008
Dividimos o número 2008 por 3 => 2008 : 3 = 669 e sobra como resto 1
Quando o resto da divisão for 1, temos o ano A - Evangelho segundo Mateus.
Ano: 2003
2003 : 3 = 667 Resto 2 => ano B – Evangelho segundo Marcos
Ano: 2010
2010 : 3 = 670 Conta exata – resto 0 => ano C – Evangelho segundo Lucas
No Tempo Comum, os domingos e os dias comuns são caracterizados pelas leituras bíblicas, para eles estabelecidas, pelo Ordo lectionum missae.
Todos os domingos são feitas as três leituras clássicas:
1- As leituras do Antigo Testamento (primeira leitura), escolhidas em conformidade com o Evangelho.
2 - Leitura apostólica (segunda leitura), onde se alterna a leitura das cartas de Paulo, de Tiago e de Hebreus 2, 10.
3 – Leitura do Evangelho.
Nos dias comuns pode ser lido:
1 - na primeira leitura, ora o Antigo, ora o Novo Testamento.
2 - Para os Evangelhos, a ordem adotada prevê que se leia: