Catequese Renovada |
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Vivemos um momento de intensa, urgente e necessária renovação catequética. Precisamos repensar a Catequese, tornando-a um processo de educação comunitária, permanente e progressiva. Deve ter por objetivo a maturidade da Fé, com um compromisso pessoal e comunitário de libertação integral que deve iniciar aqui e culminar na vida eterna, feliz.
Também nós, precisamos fazer um esforço de atualização e renovação. De maneira especial, devemos nos dedicar a essa atualização e renovação, pois no centro da comunidade cristã, está o catequista, cuja atuação está diretamente envolvida com a educação da Fé de nosso povo.
Do dinamismo do catequista depende a vitalidade da Igreja. Sem dúvida, ser catequista é um GRANDE DOM DO ESPÍRITO SANTO. Mas a Igreja deve formar e orientar esses educadores da Fé, para melhor atingir sua missão de ser comunidade a serviço do Reino de Deus.
Vários pronunciamentos da Igreja demonstram sua constante preocupação com a formação dos catequistas. Preocupa-se com a semente da Palavra de Deus (mensagem) e com o solo que recebe essa semente (catequizando). Por preocupar-se com a semente e com o solo, não poderia jamais descuidar-se do semeador, aquele que leva a Palavra (a pessoa do catequista e o grupo de catequistas).
A formação dos catequistas deve levá-los ao "espírito comunitário", à capacidade de "ouvir" e de "dialogar" com amizade e respeito, levando o grupo à verdadeira comunhão, à participação e à unidade.
Os catequistas precisam ser conscientizados de que apenas "boa vontade" não é suficiente para classificá-los como educadores da Fé.
Sua responsabilidade é grande: "Têm uma missão transformadora, libertadora: são apóstolos, missionários, portadores da Palavra de Deus viva e eficaz" (estudos da CNBB, no. 59: Formação de Catequistas).
Muitas vezes o catequista é visto ou até mesmo age como "instrutor, professor de crianças". Precisamos mudar essa visão. Daí a necessidade da Catequese Renovada, que tem como características mais importantes:
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Educação para a vivência da Fé, superando o mero aspecto doutrinal.
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O catequista, como um pedagogo, acompanha e orienta as experiências de vida cristã do educando. Desta forma, inicia-se na catequese, a caminhada na Fé e não apenas o ensino doutrinal.
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Vivência da Fé em comunidade.
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O catequista fala em nome da comunidade. Portanto, a catequese será mais eficaz se falar das realidades existentes e visíveis da vida da comunidade. Assim, através do catequista, a comunidade testemunha a importância da comunhão e da participação na vivência da Fé.
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Processo permanente de educação da Fé.
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A educação da Fé é um processo permanente, contínuo e deve durar a vida inteira. Destina-se a todas as idades, especialmente aos adultos.
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Catequese cristocêntrica.
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Deve conduzir à conversão e à opção por Jesus Cristo, núcleo central do Evangelho. É Ele que nos revela o Pai, no Espírito Santo (dimensão trinitária).
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Ministério da Palavra.
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A Bíblia, livro da vida e da Fé, deve ser o texto fundamental da catequese. Os catequistas devem ser formados como servidores da Palavra. Pela força do Espírito Santo, como profetas, proferem a Palavra de Deus com dinamismo e eficácia.
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Coerência com a pedagogia de Deus.
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Pela palavra e pelos acontecimentos, Deus vai se revelando pacientemente, respeitando a caminhada da comunidade. Revela-se principalmente na vida do povo. O catequista precisa acompanhar essa pedagogia divina.
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Catequese transformadora e libertadora.
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Ilumina a vida do povo. Forma a consciência crítica e leva a uma ação transformadora.
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Catequese inculturada.
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Assume os valores da cultura popular, a linguagem, os símbolos e o jeito de ser e de viver do povo. Confirma e impregna, com a força do Evangelho, todas as realidades humanas.
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Interação Fé e Vida.
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É a principal tarefa e arte do catequista, mas também é um desafio nas situações concretas. É a vivência da Fé em interação constante com a caminhada da comunidade.
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Catequese integrada nas outras pastorais.
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"A dimensão catequética deve estar presente nas várias dimensões da ação pastoral da Igreja". (estudos da CNBB, no. 59: Formação de Catequistas - ítem 29).
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Fonte de espiritualidade.
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"Celebrar, rezar e cantar a vida e os acontecimentos na presença de Deus". (estudos da CNBB, no. 59: Formação de Catequistas - ítem 30).
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Pode parecer difícil, mas na verdade, ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a essa missão, tornam-se sempre melhores pela prática, pela reflexão e pela preparação adequada.
Quanto a essa preparação, João Paulo II deixa bem clara a necessidade de cuidadosa formação dos catequistas leigos. Faz o seguinte apelo: "(sendo a catequese) uma tarefa verdadeiramente primordial da missão da Igreja, esta é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e de energias, sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de a organizar melhor e de formar para a mesma pessoas qualificadas". Como podemos deduzir, a dimensão permanente da catequese, vale igualmente para os catequistas que devem estar sempre em processo de formação. Somos todos, catequistas e catequizandos, alunos e discípulos da vida e da Fé, desde a infância até o final de nossas vidas.
Santo Agostinho compreendeu isso muito bem: "O Espírito Santo acende no coração dos fiéis um desejo mais vivo à medida que cada um vai progredindo na caridade, que o leva a amar ainda mais aquilo que já conhece e a desejar o que desconhece".
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Bibliograia
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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL - Textos e manuais de catequese: elaboração, análise, avaliação (estudos, no. 53) - São Paulo: Paulus, 1987.
__________________ Formação de catequistas : critérios pastorais (estudos, no. 59) - São Paulo: Paulus, 1990.
_______________ Catequese renovada: orientações e conteúdo (documentos, no. 26) - São Paulo: Paulinas, 1983.
Maria Cecilia
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