Um homem justo, ou seja, aquele que é digno de ir para o céu, peca 70 vezes num dia. Fico imaginando uma pessoa como eu, quantas vezes eu devo pecar num dia só! Fico pensando, refazendo meus passos, minhas palavras, meus pensamentos e eis que chego no local que mais peco, no meu pensamento. São pensamentos ruins, mentiras, até blasfêmias, mas o que não deixa de ter de maneira alguma é o tal do julgamento.
Julgamos muito, tudo, todos. As atitudes das pessoas, as roupas, o jeito de falar, o corpo, até o modo de rezar. Esquecemos que cada pessoa tem uma história, um passado; somos reflexo dos fatos de nossas vidas, dos traumas, alegrias, tristezas, vitórias. Cada um sabe, nem que seja no seu inconsciente, o que tem em seu coração, o que machuca, o que dói, o que dá alegria. Então, quem sou eu para julgar? Quem sou para criticar ou servir de modelo para alguém?
Eu sou tão pecador quanto aquele irmão, eu sou cheio de defeitos como aquele em que nesse minuto eu me julgo melhor. Como podemos servir verdadeiramente de modelos se eu mesmo não consigo me livrar daqueles erros, vícios, daqueles "pecados de estimação"?
Este julgamento na verdade, é um disfarce de algo muito maior, perigoso e triste, que é a falta de amor. Já dizia Madre Teresa de Calcutá: quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las. Não podemos deixar que o julgar seja maior que o amar. Não podemos esquecer o Cristo que existe em cada um de nossos irmãos e de nós mesmos. Na nossa hora, Deus nos pedirá satisfação de quantos amamos. E se eu perco tempo, julgando, amarei pouco.
Senhor, dá-nos um coração misericordioso, compreensivo, para que eu possa amar mais que julgar. Que eu posso ajudar meu irmão a encontrar o caminho da verdade, e não somente mostrar-lhe, mas caminhar com ele tendo a certeza que somos todos pecadores, mas que estamos seguindo o caminho do Amor.
Ana Luíza Medeiros
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